sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Prêmio “Mulheres Negras contam sua História” vai selecionar redações e ensaios sobre a trajetória das afro-brasileiras


Serão premiadas as cinco melhores redações com R$ 5 mil, e as cinco candidatas selecionadas na categoria Ensaio receberão R$ 10 mil. Inscrições poderão ser feitas no período de 21 de novembro de 2012 a 25 de janeiro de 2013

A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), lançou o prêmio “Mulheres Negras contam sua História”, nesta segunda-feira (19/11), em Brasília. O ato foi conduzido pela ministra Eleonora Menicucci, da SPM, e prestigiado pela ministra Luiza Bairros. Faz parte das comemorações do governo federal sobre o Dia Nacional da Consciência Negra em todo o Brasil.


O prêmio é uma iniciativa da SPM no resgate do anonimato das mulheres negras como sujeitos na construção da história do Brasil. O objetivo é estimular a inclusão social das mulheres negras por meio do fortalecimento da reflexão acerca das desigualdades vividas pelas mulheres negras no seu cotidiano, no mundo do trabalho, nas relações familiares e de violência e na superação do racismo.

No ato de lançamento da chamada pública, a ministra Eleonora Menicucci declarou o compromisso da SPM com as mulheres negras. “Nós, da SPM, temos orgulho em lançar esse edital público, que expressa o nosso compromisso com o enfrentamento ao racismo e ao sexismo”. Ela considerou que em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, serão conhecidas as vencedoras do concurso. “Nossa pretensão é que as mulheres negras escrevam e possam trazer subsídios para a elaboração de políticas públicas”, afirmou a ministra das Mulheres.

Já a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, apontou que a iniciativa demonstra o aprofundamento do trabalho da SPM na área de gênero e raça, expresso não somente pelo compromisso das dirigentes, mas também pelas equipes que colocam as ideias em prática. “Histórias de mulheres anônimas ou não tão conhecidas tem a ver com o que somos ou pretendemos fazer. Serão criados materiais que servirão para um debate mais amplo para além do feminismo negro”, disse Bairros. Ela frisou que o potencial ultrapassa “saber quem são e como vivem as mulheres negras de diferentes lugares” e pode contribuir para reflexões, inclusive, teóricas sobre racismo e sexismo.

As interessadas poderão participar do concurso de redações e ensaios e, com seus trabalhos, contar a história e a vida de mulheres negras na construção do Brasil. O prêmio possui duas categorias: “Redação”, com texto de no mínimo mil quinhentos até o máximo de três mil caracteres (palavras), e “Ensaio”, com textos de seis mil a dez mil caracteres. Serão premiadas as cinco melhores redações com R$ 5 mil, e as cinco candidatas selecionadas na categoria Ensaio receberão R$ 10 mil.

Inscrições

As inscrições estarão abertas no período de 21 de novembro de 2012 a 25 de janeiro de 2013, e são destinadas somente a mulheres autodeclaradas negras. As inscrições, nas categorias “Redação” e “Ensaio” devem ser efetuadas pelo endereço: www.premiomulheresnegras@spmulheres.gov.br ou enviadas pelo correio para o endereço: Prêmio Mulheres Negras contam sua História – Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República – Praça dos Três Poderes Via N1 Leste, s/n Pavilhão das Metas. CEP 70150-908 Brasília – DF.

Luta das mulheres negras - Das negras vindas da África nos porões das naus portuguesas no XVI até o ano de 1850, quando o tráfico foi proibido. Elas estiveram na labuta das plantações canavieiras e, posteriormente, do café, nas alcovas e cozinhas das casas grandes. Foram amas de leite, negras dos tabuleiros, vendendo doces e comidas nas ruas, lavadeiras, lutadoras nas revoltas contra a escravidão e a opressão racista.

Libertas da escravidão, pobres e anônimas, resistem, combatem a discriminação e estão presentes no rosto do povo pobre que habita o Brasil, mas são esquecidas pelos livros que contam a história do nosso país.

Nos últimos 50 anos, as lutas das mulheres negras se intensificaram e elas ampliaram sua presença no cenário político nacional. As organizações de mulheres negras fizeram uma interação entre a luta feminista e as questões raciais, o que permitiu a incorporação do racismo como uma variável das desigualdades, inclusive entre as mulheres.

O governo federal tem contribuído com o fortalecimento de políticas públicas para a população negra, desde a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR), em 2003.  

Fonte - SPM

Um comentário:

  1. frase do livro desaforismos de Georges Najjar Jr:
    Tire o seu racismo do caminho, que eu quero passar com a minha cor.

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