sexta-feira, 12 de junho de 2015

Cada vitória de Serena Williams vem acompanhada de racismo e sexismo revoltantes

Texto de Jenée Desmond-Harris. Publicado originalmente com o título: ‘Every Serena Williams win comes with a side of disgusting racism and sexism’ no site Vox.com em 07/06/2015. Tradução de Bia Cardoso para as Blogueiras Feministas.

Serena Williams derrotou Lucie Safarova ao ganhar o Aberto da França no último sábado. Seu prêmio, pelo menos nas redes sociais, veio na forma de comentários racistas e sexistas que a perseguem por toda sua carreira.

Durante o tempo de sua vitória, Serena foi comparada a um animal, comparada a um homem e considerada assustadora e horrivelmente pouco atraente. Um usuário do Twitter escreveu que Williams “parece um gorila e soa como um gorila quando resmunga ao bater a bola. Concluindo, ela é um gorila”. E outra pessoa a descreveu como “tão incrivelmente dominante … e viril”. O comentarista esportivo da ESPN, Bomani Jones respondeu a essas reações — assim como aquelas que consideram esse tipo de comentário uma opinião baseada apenas no gosto pessoal — com uma série de tweets.

quarta-feira, 3 de junho de 2015



Planos Municipais de Educação devem contemplar as questões das diversidades




Os educadores e as educadoras de Mato Grosso devem estar atentos para que seja contemplado nos Planos Municipais de Educação (PME) as construções de práticas educacionais associadas a questões da diversidades (gênero, raça, religião). A atenção é necessária para que se consiga ao longo dos próximos dez anos garantir, por meio de práticas democráticas, assegurar os direitos de todos e todas e superar as todas as formas de discriminação.
Recentemente foram apresentados relatos de educadores dos municípios de Mato Grosso retratando conflitos com segmentos fundamentalistas que se recusavam a garantir na elaboração do texto do PME, termos e propõem ações que visam a redução da desigualdade social. Essas pessoas, orientadas por ideologias religiosas, querem impedir a implantação no currículo escolar de práticas de redução da desigualdade, para a inclusão da população LGBT, das mulheres, dos negros, dos indígenas, entre outros.
Os Planos são documentos elaborados com objetivo de universalização do direito a educação. Neles não devem ter espaço os conflitos de interesses ideológicos religiosos, tendo m vista que o Brasil é um Estado laico, conforme a Constituição Federal em seu artigo 5º. Ações retrógradas como as manifestadas através do preconceito atrapalham, destoem a Democracia, retardam o avanço de políticas públicas que visem o fim das desigualdades sociais.
O Sintep-MT relacionou alguns documentos para servir de base para que se faça a discussão entre os grupos, nas escolas e com as comunidades. Confira! https://goo.gl/GrDSAb; https://goo.gl/nq0fmC; https://goo.gl/oK521J; https://goo.gl/C9WPK4; https://goo.gl/KUC8t3;

terça-feira, 26 de maio de 2015

 CNTE tem representação em comissão do MEC contra o racismo nas escolas


A CNTE tomou posse na Comissão Técnica Nacional de Diversidade para Assuntos Relacionados à Educação dos Afro-brasileiros do MEC. A CADARA é formada por 34 representantes do governo e da sociedade civil e é a segunda vez que a CNTE participa. O objetivo é elaborar, acompanhar e avaliar políticas públicas educacionais para garantir o cumprimento da Lei 10.639, que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro, e promover o combate ao racismo na escola. A secretária de Combate ao Racismo da CNTE, Iêda Leal, lembrou que hoje, dia 25, é o dia da Africa e reforçou o papel dos membros de regionalizar o tema. "Não estamos começando nada, precisamos continuar uma luta histórica. E vamos fazer isso nas escolas. Temos uma representatividade nacional, é um trabalho coletivo”.

A CADARA analisa as Diretrizes para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana, aprovadas pelo Parecer CNE/CP nº 03/2004 e homologadas pela Resolução CNE/CP nº 01/2004.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Afrobetizar a educação no Brasil



No morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro, a psicóloga Vanessa Andrade ouvia com frequência: “Ai tia que cabelo feio” ou então “tia bruxa”. Essa era a reação dos pequenos quando ela passava pelas ruas com seu cabelo afro. Segundo Andrade, isso ocorria porque essas crianças estavam desacostumadas a enxergar a beleza presente no jeito negro de ser. “Isso me doía muito, mas ao mesmo tempo me convocava para uma missão maior de tentar mudar o pensamento dessas crianças”, conta a psicóloga e coordenadora do projeto Afrobetizar.

Quando se trata de identidade, as escolas brasileiras são monocromáticas nos livros e nas histórias. Nossa educação não possibilita que alunos negros encontrem seu caminho e conheçam o lado verdadeiro da vida e da cultura africana presente de forma intensa no Brasil. Com a finalidade de mostrar que outra pedagogia é possível, Andrade iniciou um trabalho intenso de transformação social no Cantagalo.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015


Coletivos da CNTE planejam ações para 2015


Nesta terça-feira (24), os coletivos da CNTE de gênero, antirracismo Dalvani Lelis, saúde e funcionários estão reunidos em Brasília (DF) para debater a agenda de ações para o ano de 2015 e trocar experiências.

Mulheres
O coletivo de gênero abordou o II Encontro de Formação e a 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. “Foi debatido principalmente o momento em que vivemos de ataques à democracia, à necessidade de se defender e manter a democracia, e como que a gente consegue fazer com que as políticas para mulheres não só avancem mas também sejam implementadas”, destacou a Secretária de Relações de Gênero Isis Tavares. Para ela, o II Encontro de Formação será um momento importante pra falar sobre a necessidade de se ter mais mulheres na política e no próprio movimento sindical.

A Reforma Política também foi um ponto debatido: “As mulheres precisam se empoderar e defender a democracia conquistada até agora, para que não haja nenhum retrocesso. Uma reforma política democrática, com coalizão dos movimentos sociais e participação da CNTE, é fundamental”, sintetizou Isis Tavares.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015


Rede Globo: O racismo “Tá no Ar” ou “Quer açoitar quantos?”

Escravas_Bahia
“Interrompemos esse programa para apresentar um comercial do século XIX:
Extra, extra, atenção! Não compre escravo hoje!
É que amanhã é dia de mega promoção aqui nas “Escravas Bahia”.
Cabindas, Guinés, Angolas! O Feitor ficou maluco!
Quer açoitar quantos?
É isso mesmo! Compre dois escravos de engenho e leve uma ama de leite inteiramente grátis!
Venha conhecer novas filias: Pelourinho e Pedra do Sal!
Escravas Bahia: Servidão total pra você!”



Por Douglas Belchior

Esse foi o roteiro interpretado por Marcius Melhem, em um quadro do programa “Tá no Ar”, que foi ao ar na última quinta-feira (12/02) pela Rede Globo, em que os atores “brincam com comerciais de TV”.
Já abordamos várias vezes neste Blog o debate sobre os limites do humor, aliás, assunto recorrente. Só para citar um dos casos, lembro o infeliz “Baú do Baú do Fantástico”, de novembro de 2013, quando Bruno Mazzeo dá vida a um repórter que faz a cobertura da abolição da escravidão no Brasil. Triste!
Preciso aqui repetir o “clichê” – verdadeiro à meu ver -, de que a rede globo de televisão é sim produtora de conteúdos ideologicamente comprometidos, sempre a serviço de determinados interesses políticos e econômicos e que sua arte, na maioria das vezes, tem sempre a intencionalidade de reforçar estigmas, estereótipos e valores, tudo isso com dois intuitos fundamentais: vender produtos de seus anunciantes e formar a opinião coletiva.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

OAB cria Comissão Nacional da Verdade sobre a Escravidão

Agência Brasil -  Resgatar a história da população negra no Brasil, inclusive as atrocidades cometidas à época da escravatura, para fazer sugestões de políticas públicas e ações afirmativas para construir uma igualdade plena no pais. Esse é o objetivo da Comissão Nacional da Verdade sobre a Escravidão Negra criada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados Brasil (OAB).

Inspirado na Comissão Nacional da Verdade que investigou o período da ditadura no Brasil, o grupo composto por 57 membros – 10 advogados, 35 consultores e 15 convidados do judiciário e Ministério Público – terá prazo de dois anos para concluir o trabalho. A expectativa é que um relatório parcial das atividades seja divulgado no final de 2015, já o documento final está previsto para dezembro de 2016.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

No Nordeste, jovens   negros têm 5 vezes mais chances de morrer
Os piores índices do país foram registrados na Paraíba – com risco de morte 13,4 vezes maior para negros -, seguida de Pernambuco (11,5) e Alagoas (8,7)
Uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a pedido da Unesco e da Secretaria-Geral da Presidência da República, revelou que um jovem negro possui risco de morte 2,5 vezes maior do que um jovem branco no Brasil. O Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade (IVJ 2014) mostrou também que, no Nordeste, esse número pode ser ainda mais alarmante. Lá, o jovem negro tem 5 vezes mais chances de morrer.
Os piores índices do país foram registrados na Paraíba (com risco de morte 13,4 vezes maior para negros), Pernambuco (11,5), Alagoas (8,7), Distrito Federal (6,5) e Espírito Santo (5,9). Os menores números foram encontrados em Tocantins (1,8), Rio Grande do Sul (1,7), São Paulo (1,5), Santa Catarina (1,4) e Paraná (0,7). Este último é o único estado em que o jovem branco tem proporcionalmente mais chance de ser alvo de homicídio do que um negro.
O levantamento foi baseado no banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) de 2012 e teve como referência as taxas de homicídios de pessoas de 12 a 29 anos, confirmando a influência da desigualdade racial no resultado da violência. A pesquisa aponta que, de quase 30 mil jovens assassinados em 2012, 76,5% eram negros. De 2007 a 2012, o total de homicídios de jovens brancos caiu 5,5%, enquanto o de negros subiu 21,3%.
Para Tâmara Terso, do Movimento Negro Unificado da Bahia (MNU-BA), o estudo constatou uma realidade bastante presente nas cidades brasileiras, principalmente em locais de maior vulnerabilidade social. “O discurso contra a violência é focada na ‘guerra às drogas’, que na verdade é uma guerra contra as pessoas da periferia. É fundamental mudar as políticas de segurança pública. Como jovem negra, se eu saio na rua, não sei se volto para casa”, ressalta.
Por Maíra Streit
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